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02 junho 2010

Cornetando: A fórmula para Bruno



É prazeroso ver o sobrenome Senna nas pistas da Fórmula 1, ao mesmo tempo em que é muito esquisito ver o Bruno ocupando a última fila do grid. Não se pode esperar muito de sua Hispania, é verdade, mas pode-se, com certeza, esperar bastante do sobrinho do Tri-campeão no futuro. Vejo que o seu momento, agora, é de somar experiência e quilometragem.
Muita coisa mudou no circo para se chegar ao patamar atual, inclusive, estilos de pilotagem - se você é agressivo demais, sofrem os rivais e os pneus também. Schumacher ensinou a estratégia e hoje é a RBR quem dá as cartas com os coringas Webber e Vettel. Como contrariar a telemetria e o seus resultados?


Ayrton não olhava os monitores, antes ouvia o ronco do motor; com poucas voltas sabia precisar os graus exatos de ajuste de asas e aerofólio. Seu "feeling" fazia a diferença.
A vantagem de Bruno neste cenário é ter absorvido o conhecimento do piloto que tirava 310Km onde só se acreditava ser possível tirar 300Km. Por mais que se perca em desempenho, Senna ensinou que ainda assim é possível levar um Toleman-Hart, debaixo de chuva, em um dos circuitos mais complexos do calendário, para a vitória. Claro, se não fosse o capricho dos fiscais que determinaram o fim da corrida em Mônaco para a sorte (ou azar) de Alain Prost [1].
Creio que Bruno conseguirá fazer uma boa temporada dentro de suas limitações, por hora já o considero um vencedor por entrar na principal categoria com tão pouco tempo de desenvolvimento técnico.
Ademais resta ao jovem piloto perseverar em sua HRT, afinal esta sigla até combina com ele: Homem Rápido e Talentoso.
[1] O resultado desta corrida foi crucial para definir o campeão da temporada de 1984. Prost perdeu o título para Niki Lauda por meio ponto.

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